A situação, para
ela, acompanhava as tendências do mês. Após um calor exacerbado, uma chuva
repentina, que não serve para refrescar, apenas abafa e desmancha possíveis
planos. Seus olhos verdes mostravam as pupilas interrompidas pelo constrangimento
e a ignorância de como saber agir. Mexia e remexia na trança que se desmanchava
em sua homenagem.
O sol aumentava
a exaustão, mas, pelo lado Poliana da vida, disfarçava a vermelhidão. Nos
abraços sentia a câmera focando seus olhos abertos, impossível fechá-los. Era a
vilã, roubava o romantismo, roubava a esperança e o bom senso. Era a vilã com
saudades. Saudades de um passado distante, de um passado presente, de uma
ausência daquela situação.
Dezembro caia
sobre os seus pés, com tal força que lhe roubaria o sono a noite. Dezembro desembrulhava
possíveis amores, deixava-os nus, arreganhados no chão. Dezembro abortava.