Me atrevi a enfiar os pés ali, naquela novíssima
livraria com cheiro de mochila nova. Engolida pela grandeza de suas luzes, o
altar de suas caixas floridas. Ah! Era dia de ser A-V-E-N-T-U-R-E-I-R-A. corri
os olhos pelas estantes, me atrevi a pensar em Portugal. Então, no meu ato mais
temerário, abordei uma vendedora e perguntei-lhe por Lisboa. Com toda a sua
sagacidade, a moçoila me garantiu que essa terra tão bela era brasileira. E, em
seu belo ato de humildade, confessou não dominar os mapas e assim não pode
confirmar se em Lisboa estavam os calorentos cariocas ou os fugazes paulistas.
Quando especifiquei minha busca, surgiu ali, entre
Vinícius e Coelho, me transportando aos adoráveis Oompa-Loompas, a gerente. Trajada
belamente com sua roupa de escoteiro, soou o apito e disse aos trinta e dois
vendedores que já nos cercavam: “A caça ao tesouro começou!”. Saíram todos
agitados, balançando suas bandeirolas, correndo os olhos e os dedos pelas
estantes, indo de A à Z em apenas dois volumes. Passaram-se horas, até me
atrevo a dizer dias, até o primeiro Pessoa surgir, entre rojões e festa.
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