Deve ser a solidão. A descrição do seu trabalho não me
interessa. Insiste em responder perguntas que nunca fiz. Deve ser a solidão. Essa
necessidade de contar ao primeiro par de orelhas que, desavisado, para perto do
seu par de bocas. Transforma-se em atriz melodramática, sofre mais que cristo. Fecho
os olhos assim que, abençoadamente, cala a boca. Inútil reza para manter o som
de sua voz enclausurado. Nossa, que gostoso! Leve interjeição requerida pelos
bons modos. Graças! Minha vez de ser atendida. Rápido. Um pai nosso e meia ave Maria ou o que tiver de mais prático.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Simples
Eu queria uma contradição
Algo tolo, com uma leve palpitação
Talvez uma prolongação...
Uma ação meio acabada, talvez sequer começada
Sem necessidade de explicações
Uma continuação feito o raiar do sol
Um olhar brincalhão despido de qualquer promessa
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Sem exageros
Não, não espero inúmeras páginas
Contento-me com meia
Até menos
Até menos
Quero apenas o suficiente
Para entrelaçar os dedos
Da maneira que me convir.
Para entrelaçar os dedos
Da maneira que me convir.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Prece
Deus me livre de amar tão cedo
Não pretendo erguer templos
Nem derramar palavras
Por nomes passageiros
Desse vácuo do amor prematuro
Prefiro não participar do parto
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
merda
Sento no chão de mim. Não mais. Parece tudo vazio. Para onde
levei os móveis? Estão mortos. Piso errado, um vidro esquecido se enterra na
sola. Melhor as cortinas fechadas. Sim, assim. Tire o telefone do gancho. Não faz
mais calor. Como venta, mas não chove. A estiagem judia as rosas. Tão delicadas.
Murchas. A vassoura quebrou, deixe que acumule. Pro tapete? Não, é só mais
trabalho. Violaram a cerca. Soe o alarme. Pulso esquerdo ou direito? O mais
demorado.
Faça-me um favor
Eu queria um desrespeito
Uma atitude imprópria
Algo que não me permito
E que educadamente respeitas.
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