terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dois passos

Primeiro retiro
Tudo o que me cobre
O que me prende.

Entrego a minha alma
Para o segundo ato
Que é me perder

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um pouco de poesia...

Borboletinha

Entre as merdas
Há uma borboleta
Em seu branco inocente
Vem no sujo brincar.

Não faz distinção
Do verde ou do marrom
Ela quer apenas dançar.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tudo o que está ruim...

Este é mais um texto interativo, pois o final é por sua conta.
Avião, classe econômica.


Deus! Oh meu Deus! Eu estou realmente perto de te encontrar Senhor. Por quais raios eu fui me meter nesse negócio de aço que tenta imitar um passarinho? E sozinha, completamente sozinha. Não tem um passageiro ao meu lado, isso que há dois lugares ao meu lado, pois é claro que estou na classe econômica.
Tomara que não venham àquelas excursões, com pessoas de quinze anos que estão voltando de alguma viagem cara e tem algum casal meloso recém formado que fica trocando beijos e carinhos durante a viagem inteira. Eca!
Quanto tempo será que agüentarei sem vomitar, eu não deveria ter bebido, claro que não deveria. Mas a Carol disse que ia ajudar. É claro que ela ia dizer isso, no mundo dela qualquer coisa que tenha álcool ajuda, é nessas horas que eu custo em acreditar que fomos criadas pelos mesmos pais e que ela é mais nova do que eu.
Sabe, eu fico me perguntando como é que eu deixei isso acontecer. Eu sei que essa pergunta é clichê, mas como não me perguntar isso?
Oh não, não, não. Eu sou muito azarada, eu devo ter atirado pedra na cruz. É, eu atirei pedra na cruz. Sabe aquelas tias grandes que enquanto não estão falando de Deus e o mundo e sabe mais quem, estão roncando e adoram puxar conversa com quem estiver por perto? Pois é, uma dessas acabou de sentar ao meu lado.
Oh, sim, agora ela está falando que eu vou acabar com a minha coluna se eu continuar sentando deste jeito, acho que ela não percebeu que eu quero mais é acabar com a minha vida.
Por que ela não pode simplesmente falar “ola” e ficar quieta? Uau, ela percebeu que eu estou escrevendo, ela acha que eu sou jornalista. Não amiguinha, não sou. Sou simplesmente mais uma desempregada que se formou em gastronomia há três anos e sou sustentada pelos meus pais.
Quanto tempo será que vai demorar para esse avião decolar? Já esta tudo cheio! Ok, menos a poltrona ao lado desta adorável senhora que acaba de me informar que a minha blusa esta suja de café, eu realmente não tinha percebido que um líquido escuro e quente tinha caído na minha blusa azul preferida.
Oh não, Deus esta rindo da minha cara, eu não acredito que ele vai sentar aqui! Eu quero sair daqui! Eu quero a minha mãe!!!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Minha infância

Esses amores impossíveis, sem correspondência, os que se vêm perdidos em uma total submissão a esse sentimento, mantendo-o endeusado nada mais é do que o fruto de uma mente criada por livros estupidamente perfeitos e filmes perfeitamente melosos. Ao menos, esse é o meu caso.
Nós, garotas, enquanto crianças e adolescentes somos preparadas para duas coisas essências: aprender os deveres domésticos e esperar o príncipe encantado. E é sobre isso que pretendo falar hoje.
Mas relaxe meu bom amigo, não tenho pretensões de derramar lágrimas nem de trazer idéias atrasadas. Apenas intenciono esclarecer e justificar algumas coisas.
Sobre a primeira posso lhe garantir que estou certa e não estou sendo absurda, basta você entender os meus termos. Ao entrar em uma loja de brinquedos você vê duas prateleiras, no mínimo, uma dedicada aos meninos e outra as meninas. Na primeira você encontra carrinhos de todos os tipos, super-heróis, robozinhos e inúmeros outros itens. Já na outra você nota uma grande variedade de panelinhas, bonecas e Barbies que têm diferentes profissões, sem se esquecer da Barbie grávida.
Ao analisar um pouco melhor os brinquedos você pode concluir que eles preparam os garotos para grandes atos ao incentivarem eles a brincarem como super-heróis, bombeiros ou policias. Já as garotas são treinadas para cuidarem da casa e gostarem disso. Nos últimos anos os brinquedos das garotas também começaram a incluir algumas profissões, devido à entrada da mulher no mercado de trabalho, mas sem abandonar os antigos. Porém os garotos não estão brincando com panelas, mesmo isso sendo uma realidade para os adultos.
Assim é inegável o fato de que nós, garotas, fomos educadas para cuidarmos da casa enquanto os meninos para salvar a sociedade. Agora eu já posso ir para o segundo assunto, que me interessa mais.
Aproveitando o argumento utilizado anteriormente vou continuar a usá-lo, ao menos em partes. Algumas meninas, como eu, cresceram lendo livros de romance e assistindo a filmes do mesmo gênero. Como conseqüência, acabamos por idealizar o amor e a criar homens tão perfeitos que simplesmente não existem.
Ao acreditarmos fielmente nesses livros e filmes perdemos a noção da realidade, afinal eles não trazem um relato fiel do que acontece no mundo, é como se todos eles pertencessem ao mundo das idéias, no qual tudo é perfeito, inclusive os garotos. Porém quando crescemos e vivemos um pouco percebemos como nossa visão de mundo estava errada e caímos em grande decepção.
Porém nós, brasileiras, somos nutridas de grande perseverança e com a idéia de nunca desistirmos do amor acabamos por idealizá-lo em alguns sapinhos arrumados que cruzam o nosso caminho. E assim nascem as mais feinhas criaturas: os amores não correspondidos.

Consequências..

Este é um texto interativo, pois o final é por sua conta.

Há! "A sua espada é boa, eu também tenho uma. É uma coisa bem masculina." Mulan nessa cena é hilária. O que eu disse na frente do Marcos deve ter sido no mínimo algo do mesmo nível. Eu gostaria de lembrar minhas exatas palavras, mas apenas lembro-me da reação dele, que foi idêntica a do cavalo do desenho: uma risada fatal.
Por que só após os momentos de perigo, de risco à vida social, após a nossa moral ter corrido sério risco de extinção é que conseguimos pensar nas melhores tiradas?
Além do mais, não é loucura realmente considerar a existência de alguma teoria da conspiração. Por favor!
Quando o seu Recém-Ex-Namorado te vê entrando na biblioteca com um penteado a lá Einstein, blusa branca, abotoada errada, com o sutiã vermelho da sua irmã. Para melhorar a situação você está com o rosto sujo de açúcar, carregando um sonho comprado pela facada de R$3,00 em uma das mãos e uma mini-biblioteca na outra.
Como se isso tudo já não bastasse para fechar com chave de ouro o seu horrível dia, a lei de Murphy decide-se fazer presente: a bibliotecária simplesmente desconta toda falta de amor e a TPM dela na primeira inocente que entra e passa despercebida pela plaquinha:
Proibido: 1)fumar;
2)comer;
3)beber;
4)fazer sexo;
5)respirar...
Ela podia ter coração e compreender que o que eu realmente queria era chegar nesta mesinha, a mais longe e excluída de todas, sem chamar a atenção de ninguém.
Porém ela teve que estraçalhar o meu sonho, aqui devo assinalar que foram nos dois sentidos de "sonho", que me fez sussurrar algo muito estúpido, desencadeando duas coisas:
- a risada de Marcos (igual a do cavalo da Mulan;
- e a certeza de que alguém lá de cima não gosta de mim.

domingo, 21 de novembro de 2010

P.A

O que acontece é que não sou a mesma do inverno passado. Naqueles meses eu nasci, no verão tive minha infância, hoje encaro minha pré-adolescencia.
Meu estado não é mais tão instável quanto no tempo de criança, não que eu ainda não sofra constantes mudanças.
Hoje eu apenas melhoro o meu projeto, que se parece com uma bexiga bisnaga, podendo ser moldada. Ora uma flor, ora uma espada. Ou, simplesmente, estourando.
Essa minha forma instável pode não agradar a todos, porém devo ressaltar queela agrada quem deve: eu. Sim, é minha alegria, meu pincipio ativo essa falta de rotina dentro do meu ser.



J.G