domingo, 16 de abril de 2017

Que me afogue, que me aguente

Estou tão cansada
E já torno a chorar novamente

E mais uma vez sozinha
O chuveiro escorre meu rosto
Gota a gota
Se desperdiçando

E isso nunca passa
Eu me mecho e nunca muda
Fica tudo para um futuro ausente
E eu choro e choro, e choro
Meu choro, meu suor, ninguém sente

Minha poesia, minha fala silenciada
Eu enterro sob camadas
Que ninguém percebe que estão quebradas
E eu sofro e ninguém me entende
E eu quero que acabe, mas nunca acaba
E eu choro, choro como sempre
Trancafiada, tão privada
Cada vez é um motivo que me tormenta
E eles voltam e se reproduzem
Para um rompante
Para quando deitar é preciso
Quando tudo o que eu quero é dormir
Eles me cercam como esse calor indecente

E me sopram no pescoço esse bafo quente

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