quinta-feira, 25 de junho de 2015

Maravilhosa aventura

Me atrevi a enfiar os pés ali, naquela novíssima livraria com cheiro de mochila nova. Engolida pela grandeza de suas luzes, o altar de suas caixas floridas. Ah! Era dia de ser A-V-E-N-T-U-R-E-I-R-A. corri os olhos pelas estantes, me atrevi a pensar em Portugal. Então, no meu ato mais temerário, abordei uma vendedora e perguntei-lhe por Lisboa. Com toda a sua sagacidade, a moçoila me garantiu que essa terra tão bela era brasileira. E, em seu belo ato de humildade, confessou não dominar os mapas e assim não pode confirmar se em Lisboa estavam os calorentos cariocas ou os fugazes paulistas.

Quando especifiquei minha busca, surgiu ali, entre Vinícius e Coelho, me transportando aos adoráveis Oompa-Loompas, a gerente. Trajada belamente com sua roupa de escoteiro, soou o apito e disse aos trinta e dois vendedores que já nos cercavam: “A caça ao tesouro começou!”. Saíram todos agitados, balançando suas bandeirolas, correndo os olhos e os dedos pelas estantes, indo de A à Z em apenas dois volumes. Passaram-se horas, até me atrevo a dizer dias, até o primeiro Pessoa surgir, entre rojões e festa. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Para além, para aqui

A água não corria como se crê
Era de um azul tão intenso que estes meus olhos nunca viram.
A areia da sua margem transbordava
Era mais viva que eu
Me envolvia numa paz quente
Era o retorno a alguma morada
Aruanda