doía pensar a possibilidade, contorcia o
corpo e se perdia premeditava o crime não havia um plano, era um esboço a ânsia
controlava o rosto, num disforme triste era uma tristeza de proporções cavalares não bastava o ato em si, mas o pesar de sua morte sabia que não cresceria, não
ganharia espaço, não ganharia nada com sorte, talvez desse daria tanto que
esgotaria, sucumbindo em si o pior era não conseguir executar o aborto o aborto
prematuro já era inviável, já era tarde pensava e pensava e por mais que
tentasse, por mais que quisesse sufocar, não conseguia o aborto falhara tudo se
expandia, projetando além da barreira da pele tudo inundava para dentro,
sufocava o choro, o desespero não havia espaço para nada então esvaziava e
permanecia vácuo
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