Rabiscava no canto do jornal, tão fugaz.
Faltava apenas vestir a camisa, mas era um fardo. Deu um último trago,
profundo, buscando sua masculinidade viril. Procurava se desprender daquele
sentimentalismo. Não devia ter abrido a carteira de couro marrom. Muito menos
descoberto a foto ali enterrada. Um segredo que sempre enterrava ali. Olhou
aquele rosto delicado, coçou a barba rala, respirou tão fundo quanto pode.
Pegou o isqueiro ao lado do café, acendeu, aproximou a foto. A covardia apagou
a chama. Guardou a foto, não suportava o seu olhar. Segurou o cigarro, a
masculinidade, último trago. Apagou no café velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário