sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Toc-toc


              No mínimo interessante, interessantíssimo. Fico me pergunto se ao colocar essa blusa com essa saia, ela deixou o útero em casa. Impossível ela ainda estar com todos os órgãos, tem que ter alguma explicação. Se bem que os seios quase não estão na blusa, pode ser isso.                 
             Logicamente à volta a esse bar me rendeu algumas novas observações. Veja bem meu bem, logo me deparo com duas moças que a primeira vista me fez acreditar que a mágica de Toy Story existe, afinal estava diante de duas bonecas infláveis que falavam e andavam. Mas ao observá-las melhor fiquei em dúvida, tinha um que natalino na decoração delas.
            Enquanto enfrentava um grande dilema (elas eram bonecas infláveis, enfeites de natal ou a própria árvore de natal?), as moças conversavam ali perto e tive a imensa vontade de bater de leve, como se bate em uma porta para anunciar a sua chegada, no braço de uma delas para ver se era tão oco quanto aparentava.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Perspectiva

Cortar os pulsos na horizontal seria mais rápido
e menos inútil.
Talvez dê tempo de contar as folhinhas daquela árvore.

Talvez

Acho que posso esperar mais quinze segundos.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

sábado, 22 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

Literatura

Seria feio dizer que o que tive foram romances.
Apenas conheço contos e algumas crônicas.

sábado, 14 de julho de 2012

Apenas um desabafo, por favor


            A arte da sedução no mundo feminino está simplesmente longe da simplicidade, ela exige sofrimento e sabe-se lá mais o que querida Vênus cobra de suas discípulas.
            Ao retornar a um bar que sempre rende boas análises, pude observar a arte já citada. Lá havia inúmeras meninas-mulheres e a grande maioria vestia saia. Sim, saia. Em pleno inverno! Alguns podem rir neste exato momento dizendo que aqui não há inverno de verdade, porém aquela era uma noite BEM fresquinha e o ar condicionado estava ligado. Assim, não fazia sentido ter tantas saias. O mais interessante é que a variedade de saias era minúsculas (do mesmo modo que o comprimento delas). Portanto, tínhamos várias saias iguais, nossas queridas bandages, possuindo diversos tipos de corpos. Desde a menina, que acabou de aprender a andar em suas pernas ainda estúpidas, até ás que tiveram os olhos nascidos muito antes que suas pernas. Pude apreciar um desfile vulgar, cujas bundas engrandecidas pelas bandages eram aumentadas e quase expostas, as coxas gostavam de brincar de serem irmãs siamesas e de nos fazer apiedar delas, oferecendo as mesmas um pouco de hipoglós.
            A curiosa arte da sedução exige um exibicionismo que nem sempre favorece a pobre garota que seduz, a parte dolorosa condiz em abrir mão de qualquer individualidade e se entregar de corpo e bunda à roupas desconfortáveis e desoriginais que são capazes de te arrumar alguma boca estranha.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Gato Preto

              Hoje eu vi um gato preto. Quando ele me viu paralisou, encarou-me nos olhos e brincou de estátua. Quando dei um sutil passo ele correu. Correu.
                Para ele correr era o mais prático e seguro a se fazer. Correu com facilidade, com a agilidade de um gato preto.
                Vi seu corpo preto esticar e encolher no verde da grama alta. Rapidamente ganhou velocidade. Invejei profundamente o gato.
                Invejei o gato profunda e amargamente. Tudo o que eu queria era ter essa liberdade de correr, simplesmente correr  do que me assusta, do que me magoa. De quem eu magoo.
                Sim, de quem eu magoo. Parece que nos últimos tempos só eu possuo a capacidade de magoar, ferir e/ou decepcionar as pessoas. Só eu. Estranho não? Devo estar cercada de pessoas perfeitas, afinal elas nunca me machucam.
                Oh, leitor, se eu escrevesse feito os latinos estaria a exclamar: “Oh! Coitada que sou”. Se escrevesse polidamente talvez dissesse: “Quantas injúrias”. Porém quero escrever simples e grosso, assim apenas escrevo: “Mas que merda!”.
                Desculpe-me a falta de polidez, o abandono de clássicas lamentações e o uso de um português claro demais. Porém só assim consigo descrever a merda que é ter que ser estátua e não correr, ter que ser educada e sorrir, quando todos sentam no próprio rabo e me apontam como a responsável por Jesus ter parado na porra da cruz.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Manhãs, tardes e noites

É num colo que descanso os pensamentos
Minha alma se transforma em riacho calmo
Faz meu sorriso fluir naturalmente pelo meu rosto

Nesses momentos minha felicidade é completa
Minha paz é seu reflexo
Meus segundos são sem tempo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Errar duas vezes seria...


           Já faz quanto tempo que ele está falando? Será que não sabe ler minha linguagem corporal? Amigo, não estou interessada em você, estou apenas sendo educada (nem simpática estou!).
            Lição de hoje à noite: sempre que for ao banheiro de um pub/bar/qualquer lugar que tenha gente que você não conheça, SEMPRE vá acompanhada de alguma amiga.
            Vou explicar o porquê dessa lição. Estava eu, quietinha na mesa, ouvindo a conversa e o show, curtindo o meu mojito quando decidi ir ao banheiro conferir o estado do meu cabelo. Para chegar ao banheiro tive que abrir caminho no meio de várias cervejas e seus vassalos.  Percebi que um deles tentou eye contact, mas... Eu só queria chegar ao banheiro!
            Na volta do banheiro (após longos minutos necessários para me convencer que o meu cabelo armado e enrolado é uma forma ímpar de estilo e glamour) o cara do quase eye contact me parou e agora estou conversando com ele.
            Hum, não é nada mau de olhar: olho muito verde, cabelo preto estilozinho, um piercing na sobrancelha, brinco em uma das orelhas. Não está mau vestido: calça jeans e camiseta preta (se bem que é decote em V, o que não é a coisa mais máscula possível). Sabe, ele até que é fofinho. Não chegou chegando, entende? Até já descreveu várias formas de preparar miojo. O problema é que sou tola. Sim, T-O-L-A! Por que digo isso? Porque estou cometendo o mesmo erro que cometi com o Faltando-Goleiro.
            →Pausa importante para resumo da história do Faltando-Goleiro (F.G): O F.G foi um affair de um pouco mais de um mês. No curto tempo no qual passamos juntos ele viajou e quando eu saí não fiquei com ninguém por consideração a ele, tolinha. Bem sei que enquanto ele viajou não houve tal consideração por parte dele (bem provável que enquanto ele estava aqui também não), mas enfim...
            Vamos ao erro atual, que estou cometendo neste exato momento: estou há quase dois meses com o Batata e ele está viajando (e tem uma certa ex nesta viagem...) Estranho déjà vu... Preciso explicar mais alguma coisa? Agora tem uma música tocando exclusivamente dentro da minha cabeça: “Viajar sem mim, me deixar assim. Tive que arranjar alguém pra passar os dias ruins”.