quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Na minha cozinha

Eu vou fazer um chocolate quente
Especial para você saborear
E a sua boca queimar.

Queimar a sua língua
Como o asfalto faz arder
Os pés da nossa infância.

Quem sabe assim
Essa nossa nata elitizada
Decide finalmente se movimentar.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Integridade

Eu percebi
Meu nome apenas hoje
Toda a sua sonoridade e poder
E tomei a sua posse
Apenas agora.

Chuva

Talvez não seja um começo
Certamente não é um final
Apenas uma continuação,
Um prolongamento de algo imenso
Que não conheço as dimensões nem pretensões
Apenas sei que é onde eu deveria estar
E é onde eu quero estar.
Se choverá nesta noite ainda não sei
Sinto o cheiro da chuva chegando com o vento fresco
Com o balançar suave dos coqueiros.
Se me molharei não é importante
O que interessa é como agirei quando a água tocar o meu corpo
E me propor lavar a alma.
Não me é possível saber quem estará comigo
Quando a primeira gota chegar
E a última secar
Apenas espero não estar só, sem alguém para rir
Por estarmos ridiculamente encharcados
E incrivelmente leve.

sábado, 15 de outubro de 2011

Ponto de vista

O que meus olhos vêem
Reflexo de minha alma,
Louca!
Toda uma sensação e percepção
Que ninguém nota
Louca!

sábado, 8 de outubro de 2011

Naturalizando-me

Não me proíbas nada
Esperar de mim a regularidade da maré
É esquecer-se da força com que ela vem
E a religiosidade com que se vai
Encontro-me pétala abandonando a árvore
E se perdendo no vento
Sou flor despencando
Sem saber em que terras vai parar

Sem agulha

Como podes me devolver em pedaços
Deixar apenas retalhos
Uma mortalha a ser costurada
Furos irremediáveis
Um pano desfiando

sábado, 17 de setembro de 2011

A natureza da minha janela

O vento me chama
O sol oferece seu conforto
Seu carinho.

O azul, tão belo,
Faz promessas infinitas
Nesse momento finito
E fugaz.

Seu verde acaricia
Minha pele levemente
Se faz meu melhor amante
Com tantos amores.

E esse brilho
Que inunda meus olhos
Não sabe ser nada além de brilho.
Dançando sutilmente
Para me converter, submeter
E o tempo todo me ter.

Só você?

O que eu queria
Era um príncipe vindo a pé,
De barba por fazer,
Violão nas costas,
Poesia nos lábios,
Promessas boêmias,
Olhos livremente apaixonados.

O que pseudo me vem é você
E não posso deixar de acrescentar
A palavra “só”
Antes de você.

O absurdo da triste realidade

Ridícula!
É a mente feminina,
Que tolamente se imagina
Nos braços do doce príncipe
Por ter cruzado
Por um sapo arrumado.

domingo, 19 de junho de 2011

Teatro

O vaso com falsas pétalas
Finge que alegra
A triste casa sob areia.

O trovão desperta
O medo retardado
Que apenas lamenta o passado.

O mar é imitado
Pelas folhas que seguem o passo
Desse vento que é um companheiro lastimável.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Minha perseguidora

Oh loucura
Eu já não te disse para ir embora?

Me deixe cá!
Não sou nada sua!

Essa loucura
É puramente possessiva
Tem em mim obsessão
Não aceita nosso divórcio
Meu casamento com a sanidade.

sábado, 11 de junho de 2011

Meu mundo

Minha varanda
tem dois sóis e uma lua
que nos chamam para caminhar

Nela passa
uma rua infinita
com um louco a cantarolar

que uma estrela
ele descobriu bem ali
confundida
com um poste de luz
destinado a sempre brilhar

na minha varanda
passa dia e passa noite
numa misteriosa mistura
que nos faz pegar

aquele ônibus
sem direção alguma
com flores e senhores
sempre a cantar

que uma estrela
eles descobriram ali
esperando-os adormecida
sonhando que era apenas
um poste de luz

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um pouco de poesia cabeça

Minha pura química

Seu afrodisíaco perfume
De butano de etíla
Dilata todas as minhas veias
Acelera as contrações
Do meu músculo apaixonado.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Simplesmente perdão

Não fui uma boa amiga
Julguei sem possuir conhecimento
Julguei sem me importar se te feria
Julguei achando ser a voz da razão
Usei e abusei da imaturidade
Proclamei juras que nunca pretendi cumprir
Fiz cena te usando como palco

Não fui uma boa amiga
Me afastei assim que soube do novo
Te afastei quando me senti excluída
Deixei o ciúmes conduzir meus atos
Dei sermão sem saber rezar a missa
Me mostrei uma verdadeira hipócrita ao apontar seus erros
Sem me dar conta que um dia eu mesma os cometi
Apontei para os seus erros sem querer olhar os meus
Não pensei em ser compreensiva quando te acusei
Não pensei em você quando proclamei querer o seu melhor
Pensei em mim
Fui egoísta e pensei em mim
E tentei espantar o que poderia interferir na minha rotina
No meu ideal de mundo perfeito

Não fui uma boa amiga
Agora tenho apenas um pedido de desculpas para oferecer
E um pedido de suplica para não deixar
Que nossa amizade se esvaia ou se desgaste
Como o sangue foge do pulso ou a faça perde o corte.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Saia justa

O príncipe perdeu o cavalo branco, a capa esvoaçante, as delongas para o primeiro beijo, mas não deixou de ser príncipe e de ser esperado. A nova mulher mistura com grande harmonia a mente e o coração, afugentando muitos valentões que ainda não se adaptaram a essa nova sociedade mista.
A “saia justa” consegue dar mais uma “apertada” na mulher andrógina ao fazê-la enfrentar a descriminação e o preconceito.
Porém a determinação dessa forte geração é revigorante e não se deixa abalar. A mulher vem assumindo postos importantes na sociedade, no mercado de trabalho e nas decisões mundiais, tudo isso para obter uma sociedade mais justa e igualitária e sem descer do salto alto.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um pouco de crônica

Na casa de escritores

Oh meu Deus! Ok, eu preciso parar de começar com essa frase. Mas é que... Oh, meu Deus!
Eu estou sozinha com o Tarado! Se ele decidir me ataradar ninguém vai ver. Mesmo se eu gritar a chance de alguém vir me ajudar a tempo é bem pequena.
Anotação pessoal: não vir à casa de escritores de madrugada.
Deve ser simples, eu apenas tenho que ignorar a presença dele e fingir que estou escrevendo algo que não diz respeito a ele.
Certo, eu não resisto. Vou descrevê-lo.
Alto ( um metro e oitenta), pele branca, cabelo cacheado preto, olhos verdes e usa óculos (armação sutil). Também usa pulseira prata no pulso direito, tênis branco da Adidas. Infelizmente ele usa roupa comum (calça jeans e camisa pólo; como a policia poderia identificar o meu agressor sendo que ele se veste exatamente como todos os homens?!). e o item que lhe da o nome: armado. Não, não com uma arma branca ou de fogo. Mas ele, por si só, está armado. Como sempre. É por isso que o apelido dele é tarado.
Hum... Talvez eu deva ficar mais tranqüila, já que entrou mais quatro pessoas.
Detalhe: apenas homens (mais dois com camisa pólo). E mais, homens com meio cérebro. “grandes, burros e mal acabados”. Mas eu não devo me preocupar com eles. Pois estão tão concentrados falando de futebol que eu poderia estar nua que eles nem perceberiam.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Alguém explica?

Eu não entendo porque conforme crescemos ficamos cada vez mais presos? Sim, presos. Ficamos acorrentados às formalidades, regras de etiqueta, estereótipos impostos pela moda, pela sociedade. Temos que atender às expectativas, mudar a nossa postura, sorrir quando queremos chorar.
Tornamos-nos artificiais, superficiais. Repreendemos tanto nossas vontades, impulsos e pensamentos que se torna muito fácil nos perdemos de nós mesmos.
Porém, há alguns corajosos. Há os que choram sem vergonha de chorar, discordam quando acham que as coisas não estão certas e pensam sem medo de serem criticados.
Então, caro leitor, por que não reivindicar um direito nosso, previsto pela constituição naquela parte que afirma que toda criança tem o direito de brincar e aprender? Afinal, já diziam os sábios, todo adulto tem uma criança dentro de si.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dedicatória a cinco flores

Confiança

Será que o amanhã terá mais cores
Que não sentirei mais dores
Nem rancores?

O que esperar do dia que virá...

Meus sorrisos continuaram
Meus sonhos se concretizaram
E nossa amizade, nossa amizade
Será minha maior companhia.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Pequena explicação

Ser poeta é ser sublime, mas o que é ser sublime? A merda as palavras complicadas, sofisticadas ou não usadas no dia a dia. Ser poeta é ser louco. Simples, pronto. Louco e ponto.
Ser poeta é ver beleza no caos e feiúra em detalhes. É saber sentir o que está ao seu redor e saber colocar em palavras esses sentimentos.
Ser poeta é viajar sem a ajuda da maconha, é se libertar sem precisar do álcool. É entender que não está completo e tirar disso a sua rima.
Ser poeta é ser vivo.

Simples e básico

São detalhes que nos trazem felicidades. É ouvir a música e senti-la na sua alma e deixá-la dominar seu corpo.
A felicidade está em sonhar acordado e fazer de tudo para realizar esses sonhos. É não ter vergonha de rir na hora errada ou de pedir para explicarem a piada.
A alegria está em rir de sua própria desgraça com as amigas e perceber que o mundo não está acabado. Porque amigas são inexplicáveis, são as pessoas com quem você não precisa ter censura, são as que te acompanham nas loucuras e que estão dispostas a fazer de tudo por você.
Amigas são anjos encarnados em meros corpos humanos e com senso de humor.